terça-feira, 5 de abril de 2016

Os cristais de silício brilham, os rostos ficam opacos e nada mais?

O trem da juventude é veloz, quando foi olhar já passou. Os trilhos do destino cruzando entre nós, pela vida, trazendo o novo. (O trem da juventude, Os Paralamas do Sucesso). Não poderia começar este texto sem usar o refrão desta música. Estava pensando sobre esta expressão e cheguei à seguinte conclusão: passa rápido porque quando somos jovens perdemos tempo com coisas improdutivas (porque nesta fase da vida perder tempo é prazeroso: comer, dormir e jogar, não necessariamente nesta ordem). É um prazer que nos mata e também exalta. O grande problema não é expirar fisicamente, é perecer a cada dia sem aproveitar o mundo de possibilidades que temos para aprender algo novo, que seja realmente memorável no futuro, isto sim, é morrer sem perceber, talvez de maneira bem volátil ou morosamente.
A geração atual não está preocupada em oferecer a sociedade coisas concretas, são efêmeros, criaram um mundo com suas próprias leis, dos olhos opacos amantes do silício, do touch, cheios de ócio. Por incrível que pareça esta é a sua maneira de mudar o mundo, irônico, não?
O verbo simboliza a ação. A partir da afirmação podemos questionar e colocar a prova alguns, por exemplo: estar, ser e fazer. Comecemos pelo estar. No atual cenário de plena  globalização tecnológica podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo, pelo menos é o que dizem vários slogans da indústria high tech. Aqui encontramos nosso primeiro desafio: o que é estar efetivamente ou participar de um trabalho, projeto ou atividade? Como manter presença física e mental nos lugares que frequentamos? Parece inócuo, mas este verbo tornou-se a aflição dos últimos tempos, bastar esquecer uma parte do corpo em casa e o dia não será mais “perfeito”.
O segundo desafio está na formação do jovem enquanto ser, suas competências e habilidades para conseguir afirmar-se como indivíduo no meio social do qual faz parte. Não podemos orientar, instruir ou ajudar alguém sem o apoio das instituições sociais (família, escola, igreja), dentre outras (para não dizer que sou bairrista, “coxinha” ou conservador). Infelizmente, os padrões apresentados entre os jovens contemporâneos sobre estes três pilares são de instituições falidas, assim sendo, acreditam que nada podem aprender. Com seus sabres de luz confidenciam: é tudo tão chato!
Se não conseguirem idealizar uma condição mínima para caracterizar o ser, como compreenderão as questões sociológicas e filosóficas mais complexas de status, papel, prestígio, valores, vícios, virtudes, PT e PSDB, democratas e republicanos, chineses e tibetanos e gregos e troianos?
A partir dos pressupostos acima chegamos ao verbo fazer. O que os jovens preferem fazer nos dias de hoje? Praticar exercícios físicos? (Minoria). Ler? (Audácia!). Ver e ouvir? (Bem, acho que é isso). Imagine que a grande revolução ainda está para acontecer: os jovens da geração Z acreditam que a solução para as mazelas do mundo e dos seus próprios males serão resolvidos com uma mágica por meio da criação de um aplicativo que desempenhe todas as funções “ruins” da sociedade para que sobre mais tempo para o ócio.
Se considerarmos tudo isso como um sistema social ou natural, o pior está por vir? O mundo com as suas leis, regras, conduta e moral surgirá. Mas qual será a base? Uma geração sempre acredita que estar fazendo uma revolução (revolução sempre causa desconforto), rompe-se com a velha ordem e instaura uma nova. Talvez será chamada de Revolução Sedentária.
Pensando nisso faça algumas perguntas a si mesmo: quantas vezes neste ano agradeci a Deus por tudo que tenho? Quais foram as boas ações que fiz? Quantos livros já li? Estou usando meu tempo para estar com meus amigos e familiares? Me escrevi em algum curso novo? Estou fazendo algum trabalho voluntário? Bem, se todas as respostas forem não, deve-se preocupar. Einstein dizia que “insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
Algumas reflexões seguem ao final deste texto, a primeira é: se você não deu a mínima para o que está escrito, é um sinal de quão perigoso está sendo nosso projeto de futuro enquanto humanidade. Mas se ficou indignado, nervoso ou furioso, pensativo, fico feliz, pois, sair do estado de inércia e indignar-se é o princípio de uma mudança profunda que começa dentro de nós e assim podemos dizer que iremos construir algo inovador, que realmente tenha significado para o bem comum. Lembre-se: o mundo é uma extensão de nós mesmos.

Diego Caldas :)

Harvard admite dois brasileiros ex-alunos da rede pública, um é paracatuense.


http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/04/harvard-admite-dois-brasileiros-ex-alunos-da-rede-publica.html

Imagem: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/04/harvard-admite-dois-brasileiros-ex-alunos-da-rede-publica.html


sexta-feira, 1 de abril de 2016

A geração high tech mudará sua vida, pode acreditar nisso.

Nossa geração terá a oportunidade de presenciar a maior mudança tecnológica em curso já vista. A Intel© vêm mostrando por meio da sua equipe de (P&D e C&T) processadores cada vez menores e mais potentes. O link disponibilizado mostra algumas das inovações que estarão disponíveis no mercado a partir deste ano. 

http://iq.intel.com.br/verdade-ou-mentira/

Gosta de tecnologia? Esta é pra você.

BÔNUS TRACK

Desenho animado da década de 1960 sobre tecnologia OS JETSONS.



terça-feira, 29 de março de 2016

O que você entende por arte? Qual a sua relação com a água, o esgoto e uma cidade como São Paulo, que vive o caos urbano e necessidade de produzir algo inovador?


quinta-feira, 24 de março de 2016

A altimetria e as cores dos espaços e as formas de ver e pensar.

          Existe um castelo fortificado em cada um de nós! Em uma cota diferente, uns mais fortificados e altos outros no meio de uma pirâmide chamada de “C” e uma maior e menos fortificada na base desta mesma pirâmide, que aprisionou e mantêm cativo dentro de um sistema feudal e pensamento dominante os caboclos cafuzos mamelucos pardos. Aquela grande máxima da casa grande e senzala, da elite e das massas, dos sabores e odores, do bonito e do feio, do “de cor” e do branco, do popular e do aristocrata, do sem oportunidades e dos abastados, enfim, daqueles que estão dentro e que estão fora.
Cada sociedade possui um sistema de castas diferente, algumas são explicitas como nas terras colonizadas pelos britânicos, outras sulistas, como a dos peregrinos americanos, e uma mascarada e amordaçada implantada no calor dos trópicos. Esta última podemos chamar de nossa. Ela é perversa porque não nega nem afirma, nem aceita as questões afirmativas, é positiva e diz que tudo é coitadismo. Coitado dos lombos, dos dorsos e braços!
No espaço por nos habitado estas leis sociais tornaram-se leis da física, inalteradas, como uma fortaleza que não permite uma ascensão ou trânsito. Não por questões físicas, palpáveis, mas pelas cores, lugares, dialetos, guetos, ternos e togas, roupas brancas que não podem ser usadas por pessoas de outra cor, pela supremacia racial secular e por você mesmo que não quer mudar sua forma de pensar.
Este é o espaço segregado dos tempos crioulos, do fumo e das cachaças, dos navios infames em alto mar, da desgraça dos povos “errantes” que morreram de trabalhar para o próprio castelo edificar. Também um templo sagrado, uma justificativa: sim, pode ser feito, são raças inferiores, sua proteção contra o sol é maior, aguentam o ardor e dor da chibata. Coitado dos lombos, dos dorsos e braços!
Não se reconhece a história, os séculos inglórios, da república aristocrática (que europeus trouxeram para clarear a população) que mandaram para longe em cotas mais altas os grupos crioulos construírem na borda, as hordas em ordem de cima para baixo, das casas que o chão da vista a telhados. Hoje para o asfalto não podem descer é tiro que come, coisas que somem, pessoas e homens, lembra do Amarildo? Mais um? Menos um? Este tentou atravessar, ir e vir, sorte não teve, muito menos direito, quem dirá o respeito.
De tempos em tempos a minoria sobrevive: Aleijados e Machados, Barretos e Heraldos, Lázaros e Glórias, Thaises e Thiagos, Ludmilas e Sherons, Pitangas e Jorges, Majús e Zumbis, Julianos e Césars, Ernestos e Abdias, Pixiguinhas e Edsons, Cartolas e Santos e o “justiceiro” Joaquim. Uma lista maior seria possível se não fosse o fosso do castelo a dragá-los ao longo da história.
No abismo do senso comum impera o preconceito: você denegriu minha imagem, preto é ladrão! A coisa está preta (difícil será!) Falou que não presta, a cagada é certa, na saída ou entrada. Faça direito, não como o preto! Sai deste banco, seu lugar é atrás das correntes! Entrou numa loja, lá vem segurança, revista e olhos atentos, cuidado dobrado. Polícia na rua: abordagem é certa! Na faxina da casa e outros serviços tem sempre uma negra, dizem que é seu lugar. Se nunca ouviu ou sentiu, não pode falar, prefere velar e justificar: foi só um mal-entendido, não resolvido, mas está tudo certo (visão do preconceito clássico) ratificada pela expressão “todo dia é dia de preto! ”. Orgulho na mente humana, nega e diz que é mentira, no fundo dá galhadas.
Acredite tudo isso existe todos os dias na nossa sociedade e de geração em geração as mesmas crenças se tornam cada vez mais sólidas numa segregação insólita que aflige o Brasil. Dizem que a educação é o caminho. Pela história, pela escravidão, pelo preconceito: pense nas cotas! De alto a baixo. São necessárias? Ou arbitrárias? Coitado dos lombos, dos dorsos e dos braços!

:) Diego Caldas 

domingo, 20 de março de 2016

#fotografia #dicadevigem

PARQUE MUNICIPAL SALTO DO ITIQUIRA - FORMOSA - GO

Dica de viagem

SOBRE O PARQUE

O Parque Municipal do Itiquira é uma Unidade de Conservação aberta á visitação e pensando na preservação de sua fauna e flora, o Parque conta com normas que devem ser seguidas para que o visitante possa usufruir da melhor maneira possível sua visita.

O Parque abre para visitação 365 dias por ano e 07 dias por semana, ou seja não fecha nunca. Tendo sua abertura diariamente às 09h, entradas até às16h e fechamento do Parque às 17h.

Sites: 

Google Maps


Saber+ http://formosa.go.gov.br/turista/2-parque-municipal-do-itiquira.html

#intercâmbio

Canadá abre vagas para brasileiros.

http://exame2.com.br/mobile/carreira/noticias/canada-quer-mais-profissionais-do-brasil-veja-areas-em-alta

quinta-feira, 17 de março de 2016

A fabula dos porquinhos: uma sociedade que tinha tudo para dar certo e fracassou?


Lembrei-me de uma fabula antiga, muito conhecida no mundo infantil: Os três porquinhos. Vou contá-la de maneira diferente.
Era uma vez em uma terra distante (por não pertencer ao imaginário coletivo) que mais parecia um reino de chocarrice, com muitos porcos bobos da corte se passando por espertos e os espertos fingindo de otários, os porquinhos não estavam muito interessados pela a vida em sociedade, principalmente com a vida política. Durante muitos anos esta terra foi dominada por lobos navegantes descendentes de neandertais que cobravam impostos, extorquiam, pilhavam e minavam tudo que encontravam pela frente.  
Chegaram neste continente depois de uma longa, exaustiva e perigosa viagem, logo, alguns lobinhos muito espertos resolveram criar uma ordem política dominante pela qual os porquinhos nativos deveriam contribuir com quase metade de sua força de trabalho para que todos em comum acordo pudessem viver felizes para sempre respeitando as normas morais e jurídicas preestabelecidas.
É importante ressaltar que este modo de sociedade funcionou durante muito tempo sob estas precárias condições (inclusive com a chegada forçada de novos porquinhos vindos da terra de Lucy), mas como a terra onde viviam era prospera não se esgotaram os recursos e a população ignorante não reclamava, apenas obedecia (alguns que se rebelavam, iam direto para o açougue da coroa que era logicamente, implacável). Não é muito divulgado por estas terras, mas inúmeros eventos como este aconteceram as claras e as escuras neste longo período de tempo e por incrível que pareça, ainda acontece.
Um grupo de porquinhos começaram a comprar materiais de baixa qualidade (gravetos e palhas) para edificar as casas, os muros e as instituições que governavam o território (assim formaram as primeiras instituições deste país tão distante). Após o início das obras, por meios escusos começaram a enganar e desviar partes dos recursos arredados pela população com o intuito de usurpar o capital excedente para que fosse construído um império inabalável, caso a população de porcos raivosos e ignorantes um dia descobrisse esta desonestidade e quisesse fazer vingança ou justiça e querer para expulsar os descendentes dos lobos neandertais.
Muito tempo se passou e este sistema de governo prevaleceu, mudando de roupagem, primeiro os lobos tornaram-se capitães, depois imperadores,  republicanos (baseados em ideias falaciosos de liberdade e democracia burguesa), posteriormente se transformaram em fascistas, populistas, ditadores, desenvolvimentistas, ditadores novamente, progressistas, democratas, republicanos e finalmente embusteiros (não que estes aparecem por último na história deste país, pois sempre existiram, apenas deram azar de roubar um grande silo e ter uma câmera e milhões em rede olhando).
Atualmente na estruturação do esquema político desta sociedade apenas um porquinho (mais esperto do que os demais) conseguiu reverter a lógica de dominação dos lobos, fez uma casa extremamente fortificada, esta contava com o apoio dos representantes mais importantes da sociedade (imprensa, parlamentares, construtoras, polícia, juízes). Você deve estar perguntando como um porquinho semianalfabeto consegui fazer tudo isso, não é mesmo? Bem, diz a lenda que este porquinho trabalhou muito, arduamente até perder as condições físicas para tal labor. Uma grande tragédia! Mas o seu maior triunfo ainda estava por vir.
Ele começou a convocar os outros porquinhos para uma grande revolução, em que todos, um dia teriam as mesmas condições de vida e moradia, gozariam de bons salários, alimentação farta e barata, conforto e segurança. Mas para isso os demais porquinhos da classe operária da nação deveriam blindar suas mentes contra as influências externas, principalmente dos lobos disfarçados de cordeiros, liberais demais para serem aceitos em uma sociedade tão “justa e igualitária”.
A principal ameaça era um lobo muito poderoso, que no passado dizimou muitas sociedades de porquinhos inocentes, apenas para mostrar sua força. Por este e outros motivos não revelados deveria ser temido e quiçá impedido de rondear as proximidades da Porcolândia. Mas sua presenta próximo as fronteiras não deixavam a vida fluir em paz e a geopolítica da Porcolândia sempre foi conturbada.
No início o projeto do porquinho esperto enfrentou algumas dificuldades, devido ao cenário da Porcolândia, que era caótico, dada a alienação de toda a população. Foram anos de: lutas inglórias, perseguições, derrotas e frustações, mas isso não fez com que este militante das causas sociais dos porcos desististe. O porquinho esperto começou a perceber que sem os demais componentes da sociedade não conseguiria força suficiente para conseguir chegar ao poder e mudar o cenário social da população, sua maior promessa de campanha.
Começou a militar em peregrinações por toda a Porcolândia, promovendo greves, paralisações, dentre outras atividades, na época consideradas clandestinas e ilegais. Inclusive em um episódio duradouro a polícia assumiu o controle da situação e perseguiu muitos porquinhos “rebeldes” (alguns fugiram a tempo e foram morar em outra pocilga, outros não tiveram a mesma “sorte” e acabaram “sumindo”).
Como toda história de qualquer mártir, a população ficou revoltada e começou aos poucos uma organização para que os direitos dos porquinhos fossem reestabelecidos. Depois de alguns anos aquele mesmo grupo de porquinhos conseguiram o apoio da maioria das entidades e conseguiram chegar ao poder e realizar os seus planos. Basicamente esta é a história que deu condições aos porquinhos espertos chegaram ao poder e fazer refém muitas instituições na Porcolândia.
Tudo isso aconteceu sob os olhares atentos do grande lobo que de tanto fazer crueldades foi chamado de Lobo Mau, o exterminador do futuro de porquinhos jovens, adultos e idosos. Sua sagacidade era tão incrível que ele possuía poderes quase mágicos de manipular, mentir, impor, oprimir, humilhar e destruir sociedade de porquinhos rebeldes ou que não tinham medo dele, mesmo não possuindo forças necessárias para enfrenta-lo.
Nos últimos anos esta mesma sociedade passou por situações desagradáveis e parte da estrutura montada para que a casa do porquinho esperto fosse fortificada começou a ruir e consequentemente muitos envolvidos na história da Porcolândia estão novamente à beira da berlinda, alguns foram presos em baias especiais, outros já estão longe em uma praia qualquer deste mundão.
Muita turbulência tem acontecido nos últimos meses nesta terra em transe: paixões avassaladoras, ceticismos, pão e circo, justiça e poder, verdades e mitos e muito dinheiro dos porcos famintos.   
O fato curioso nesta história é o volume de desinformação que afeta até os dias de hoje a maioria da população que vive na Porcolândia. Uma coisa ainda não sabida pelos habitantes destas terras tupiniquins: Quem está com a razão? A história da Porcolândia um dia será contada de forma mais justa e fraterna? Os porquinhos vão sobreviver? Novos porcos vão chegar ao poder com mais um remédio milagroso? Porcos ricos vão vender ou alugar as melhores baias da Porcolândia? Ou o lobo mau vai derrubar as casas de todos os porcos com mais um golpe de mestre?
Inevitavelmente, você que é um ser humano com encéfalo altamente desenvolvido, contribuirá de forma efetiva para o futuro da Porcolândia, sabe porquê? A maioria dos porcos não sabem desta história.

:) Diego Caldas

Este Senador merece espaço neste blog, por suas nobres iniciativas o seu nome é: José Antônio Reguffe. 

Seria este o novo presidente do Brasil? Com todo este lamaçal de investigados envolvendo os  presidentes e vices em exercício, não seria nenhum ufanismo.Quem viver, verá!
http://afolhabrasil.com.br/politica/tiririca-e-citado-na-operacao-lava-jato/
O eufemismo das metáforas hiperbólicas midiáticas

Veja, como isso pode ser perigoso, estão mostrando somente um lado da folha e o globo inteiro está divulgando e poucos no Brasil estão vendo. As vezes enviamos uma carta, um pedido ou publicamos algo que pode ser capital, principalmente em um estadão como esse, pessoas estão sendo presas a papeis frágeis com grampos, para uns é legal, outros nada parece, apenas aborrece.
Não sabia que a primavera acontecia em março no hemisfério sul, pensei que fosse outono. Daqui a pouco vamos ver toque de recolher? Imaginem! O calendário internacional mudou de vez, quanta coisa obscura na clareza das falas, nos textos, artigos e versos. Prefiro as prosas, não aquelas prosaicas, mas as sérias que narram fatos e as divertidas que contam histórias fascinante de mochileiros das galáxias. Aqui no meu país só falam de boxe, nocautes, já vi muito golpe aqui no lado meridional do mundo.
 Outro dia aconteceu na Argentina, as cabaças e gamelas nas ruas, por causa justa? Não sei. Tentamos copiar, mas só pode fazer quem tem condição, pois, o uso tradicional é para colocar comida, a maioria não tem vale refeição ou almoça em restaurante. Então quebrar as cuias, panelas e fazer fanfarra é bem tranquilo, para quem ao meio dia amanhã terá fast food.
O mundo está desvairado em todas as partes. Lá nas terras da lua com a estrela, as mil e uma noites são bem diferentes, ouvem-se tiros, porrada e bomba, estava tudo em paz, até que começaram o que estão fazendo por aqui: barulho, caça às bruxas, busca e apreensão, restrição de liberdade, problemas econômicos, frustação, desesperança e um pouco mais. Assim o povo fica com medo, não compra, não arrisca. Tenho certeza que vai aparecer um boi de piranha e um Sassá Mutema, pois já temos um bem-amado Odorico Paraguaçu escolhido e resguardado pelo Cidadão Kane.
A nossa história é mesmo incrível, durante vinte e um anos, os hoje rivais estavam do mesmo lado ou de fora da tomada de decisão, se quer tinham liberdade de expressão. A saída foi usar armas pesadas e ideológicas. Mas a vida muda toda hora, nunca somos os mesmos, principalmente no atual cenário (no caos ninguém é cidadão), podemos dizer que Guimarães Rosa tinha razão: “viver é negócio muito perigoso” e num lugar como este é estar dormindo com o próprio inimigo, que joga a pedra e esconde a mão, faz bagunça e confusão.
A revolta é grande, movimento de elite que ganha adesão de massas, depois das massas são feitos pães, caros ou salgados demais para quem tem cartão de cidadão comprar. Esta teoria não é nova ou revolucionaria, como também não é inédito falar de bipolaridade e suas zonas de influência, já vimos esta história antes e sabemos que não dá certo, mas goela abaixo vai sendo empurrada e também deleitada por alguns que não sabem se gritam, agitam bandeira ou se cala com medo dos grampos.
Talvez tudo isso seja apenas um amadurecimento da tão arrazoada democracia, ou pode ser o fim de um fruto podre em uma arvore que nem serve ao senhor nem ao servo, mas que deixará sementes para que os vindouros possam replantar e pensar melhor sobre o que andam fazendo as organizações pelo globo, as folhas dos jornais, as cartas vistas na revista e o que realmente é melhor para o estadão, que deve presar e ter cautela com os clientes clementes que pagam suas contas.
Por final, devemos refletir sobre uma passagem do livro Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa: “A gente vive, eu acho, é mesmo para se desiludir e desmisturar. A senvergonhice reina, tão leve e leve pertencidamente, que por primeiro não se crê no sincero sem maldade”.
:) Diego Caldas